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Uma mensagem de teste

quarta-feira, julho 10, 2013

Seja um segundo resgate ou um mecanismo cautelar, em Belém ou em Bruxelas, o tema de uma saída ordenada do programa de ajustamento de Portugal, em junho de 2014, está já visivelmente a concitar as atenções e as conceptualizações mais ou menos elaboradas. No Eurogrupo, houve um suspiro geral de alívio ao tomar conhecimento do entendimento atingido entre os dois partidos de Governo coligados. Todos parecem dar como certa a aprovação do Presidente da República, voltando à ordem de trabalhos como se nada tivesse acontecido ao longo da semana passada.

Por José Pinto Monteiro


O que tudo isto indicia é que na Europa dos Governos ninguém imagina ter de mudar de política tão cedo, convencida que está de que não há fracasso nenhum à vista nos programas de estabilização.

Economista (Cabo Verde)
Pouco importa que os fundamentais da economia se continuem a afundar, em Portugal e na Grécia, e que as dívidas públicas não parem de subir: a dos gregos voltou a atingir 175% do PIB helénico, o que torna fantasiosa a sustentabilidade proclamada quando da aprovação do 2.º resgate. A única variável que poderá desestabilizar a marcha que os parceiros do Eurogrupo anteveem possível, mas insistem em afastar, é vir a existir novos episódios de rotura na coesão governamental, originadas justamente pelos resultados insatisfatórios, que a cartilha aplicada vai evidenciando.

No mais, prevalece a crença de que se vai dar a viragem na conjuntura económica na Zona Euro ao longo do presente trimestre e que os países da sua periferia, mesmo que o consigam com um pequeno atraso, também vão voltar ao crescimento muito brevemente. Assim, em junho do próximo ano, desde que até lá se assegure a estabilidade
do Governo, todos estão dispostos a criar um fundo de prevenção em favor de Portugal, no caso de haver algum fracasso pontual numa futura emissão de dívida pública de Portugal. De preferência, como o célebre programa OMT do Banco Central Europeu, não é para usar: é para que se saiba, à cautela, que pode ser usado.

A austeridade e a política de cortes aplicada a Portugal nos últimos dois anos tem efeitos para lá dos mais visíveis. Se o que salta à vista é o flagelo do desemprego e da crise que atravessa todos os sectores, com lojas e outras empresas a fechar diariamente, surgem outros sinais que revelam que o economicismo dos dias de hoje vai ter consequências e custos que ainda não são mensuráveis.

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